Prazo de validade expirado.
Paulo Kellerman é autor de sete peças, duas óperas e uma curta-metragem. Publicou vinte e dois livros em diversos géneros literários. Concebeu, coordenou ou participou em projectos com dezenas de criadores das mais diversas áreas artísticas. É responsável pelo projecto Fotografar Palavras, que desde 2016 envolveu mais de 330 criadores (fotógrafos e escritores) de 35 países, e foi co-fundador da editora Minimalista. Recebeu o Grande Prémio do Conto da Associação Portuguesa de Escritores.
17 de Abril de 2010
Absolutamente inesquecível.
Obrigado ao Gato e ao Pedro Wilson. E a todos os que vieram.
Obrigado ao Gato e ao Pedro Wilson. E a todos os que vieram.
Dão-se livros # 09
A proposta deste mês é indicar um bom motivo para não aparecer na apresentação de Chega de Fado (dia 17 de Abril, na Livraria Arquivo, em Leiria); entre todos os que responderem à provocação, será sorteado o vencedor do livro. Valem as respostas chegadas até 17 de Abril.
Leiria, 17 de Abril
A quem não bastarem os argumentos literários, eis os argumentos gastronómicos (cortesia da Lídia):
- Mini muffin de laranja com peru fumado e molho arando
- Caixinhas de milho com ceviche de camarão, manga e lima
- Mini croquete monsieur
- Empadinhas picantes de chouriço
- Biscoito de queijo
- Mini folhado de alheira
- Tranche de café e chocolate com creme de queijo e framboesa
- Bolinhos de coco
- Bolinhos de gema
- Quadrados de chocolate e caramelo
- Muffins de chocolate com ganache
- Fruta
Bom apetite.
Convite
“Chega de Fado”
(Deriva Editores)
17 de Abril (Sábado) - 18h
Livraria Arquivo
Com a presença d’ O Gato - Grupo de Teatro
(Encenador: Pedro Wilson)
O convívio (e o lanche / jantar / ceia) continua no
Bar Alinhavar
Para todos os amigos e leitores que queiram aparecer
Arquivo - Av. Comb. da Grande Guerra (Leiria)
Alinhavar - Largo de Infantaria 7 (Leiria)
(Deriva Editores)
17 de Abril (Sábado) - 18h
Livraria Arquivo
Com a presença d’ O Gato - Grupo de Teatro
(Encenador: Pedro Wilson)
O convívio (e o lanche / jantar / ceia) continua no
Bar Alinhavar
Para todos os amigos e leitores que queiram aparecer
Arquivo - Av. Comb. da Grande Guerra (Leiria)
Alinhavar - Largo de Infantaria 7 (Leiria)
Esboço # 85
(Ela está na casa de banho, em frente ao espelho, a maquilhar-se; ele aproxima-se e olha-a.)
ELE (tom impaciente): Despacha-te lá, que estamos atrasados. (Afasta-se, sem aguardar uma resposta.)
(Ela suspende o gesto e olha-se ao espelho, apática; depois, sem desviar o olhar do seu reflexo, pousa o batom. E assim permanece, estática, até ele regressar um pouco mais tarde.)
ELE (de novo à porta, irritado): Então?
ELA (tom monocórdico e distante, sem desviar o olhar do espelho, de si própria): Todos os sábados é a mesma coisa, semana após semana após semana. Já reparaste? (Ele olha-a com apreensão.) Jantamos fora, num restaurante que escolhes e onde passo duas horas a mastigar e a sorrir e a ouvir-te. Depois, levas-me a um bar qualquer, onde te exibes fingindo que sabes cantar, sempre as mesmas músicas, porque todos os sítios têm a porcaria dos mesmos cd’s de karaoke; e eu a ver-te actuar, a esforçar-me por rir bem alto, por apresentar gargalhadas, porque sei que é disso que precisas. (Ele continua a olhá-la, agora incrédulo.) Depois, por fim, trazes-me para casa e fodes-me, de forma competente mas desapaixonada e quase indiferente, como se te importasse pouco o meu prazer. (Cala-se e arrasta o silêncio, sabendo que ele não o interromperá; por fim, encara-o e olha-o sem antagonismo ou desafio.) É isto que tens para me dar? Apenas isto? Jantares insípidos, gargalhadas fingidas, fodas de rotina? (Abana a cabeça, triste.) Nada mais? (Ele desvia o olhar.) Porque se é, talvez não valha a pena apressar-me, não achas?
ELE (tom impaciente): Despacha-te lá, que estamos atrasados. (Afasta-se, sem aguardar uma resposta.)
(Ela suspende o gesto e olha-se ao espelho, apática; depois, sem desviar o olhar do seu reflexo, pousa o batom. E assim permanece, estática, até ele regressar um pouco mais tarde.)
ELE (de novo à porta, irritado): Então?
ELA (tom monocórdico e distante, sem desviar o olhar do espelho, de si própria): Todos os sábados é a mesma coisa, semana após semana após semana. Já reparaste? (Ele olha-a com apreensão.) Jantamos fora, num restaurante que escolhes e onde passo duas horas a mastigar e a sorrir e a ouvir-te. Depois, levas-me a um bar qualquer, onde te exibes fingindo que sabes cantar, sempre as mesmas músicas, porque todos os sítios têm a porcaria dos mesmos cd’s de karaoke; e eu a ver-te actuar, a esforçar-me por rir bem alto, por apresentar gargalhadas, porque sei que é disso que precisas. (Ele continua a olhá-la, agora incrédulo.) Depois, por fim, trazes-me para casa e fodes-me, de forma competente mas desapaixonada e quase indiferente, como se te importasse pouco o meu prazer. (Cala-se e arrasta o silêncio, sabendo que ele não o interromperá; por fim, encara-o e olha-o sem antagonismo ou desafio.) É isto que tens para me dar? Apenas isto? Jantares insípidos, gargalhadas fingidas, fodas de rotina? (Abana a cabeça, triste.) Nada mais? (Ele desvia o olhar.) Porque se é, talvez não valha a pena apressar-me, não achas?
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