Apaga a luz; depois, aconchega-se nos lençóis: e a cama range ligeiramente, o que me incomoda um pouco. Os nossos corpos tocam-se, acidentalmente. Suspira, depois boceja; volta a mover-se, os corpos deixam de se tocar. Silêncio pesado e escuro, espesso; apenas ouço o murmúrio das nossas respirações lentas e dessincronizadas: infinitamente distantes. Então, ela ergue-se; aproxima-se de mim, procurando o meu rosto na escuridão; dá-me um beijo nos lábios, breve e fugaz; um beijo de rotina. Não me movo, não reajo. Diz boa noite; respondo com uma vaga resmungadela. Ajeita-se, uma vez mais, preparada para adormecer. Suspira, de novo; e diz – como sempre, como todas, todas as noites: amo-te; voz cansada, tom desinteressado e distante.
Fico a pensar no seu amo-te; pergunto-me: mas que quer ela, afinal, dizer com isso, que significa amo-te? Para que serve dizê-lo? Penso um pouco nisso, de forma inconsequente e alheada, enquanto ela adormece. Uma ideia inesperada surge: talvez um dia lhe pergunte; e sorrio, no escuro. Sim, poderia perguntar-lhe: que queres dizer com isso?
Movo-me um pouco (timidamente?), ajeitando-me para adormecer; e a cama range, o que me desagrada.
Fico a pensar no seu amo-te; pergunto-me: mas que quer ela, afinal, dizer com isso, que significa amo-te? Para que serve dizê-lo? Penso um pouco nisso, de forma inconsequente e alheada, enquanto ela adormece. Uma ideia inesperada surge: talvez um dia lhe pergunte; e sorrio, no escuro. Sim, poderia perguntar-lhe: que queres dizer com isso?
Movo-me um pouco (timidamente?), ajeitando-me para adormecer; e a cama range, o que me desagrada.