Sim, suponho que terá havido outros sinais, antes; ténues revelações, ou mesmo inconscientes declarações de intenções futuras; talvez. Contudo, é apenas agora, neste preciso momento em que, rotineiramente, te aproximas para me beijar, que percebo. Há algo no teu olhar, um brilho diferente, fulgurante e desafiador, um brilho autêntico e ostensivo que te denuncia: estás apaixonada.
E, no mesmo instante, enquanto te vejo fechar os olhos suavemente, enquanto sinto o breve toque dos teus lábios, aceito a irremediável verdade: sim, estás apaixonada. Um segundo depois, quando já afastas o teu rosto, olhos ainda fechados, já tão distante, não resisto a perguntar-me: por quem?
Mas, na verdade, acho que nem quero saber.
E, no mesmo instante, enquanto te vejo fechar os olhos suavemente, enquanto sinto o breve toque dos teus lábios, aceito a irremediável verdade: sim, estás apaixonada. Um segundo depois, quando já afastas o teu rosto, olhos ainda fechados, já tão distante, não resisto a perguntar-me: por quem?
Mas, na verdade, acho que nem quero saber.