(Estão sentados na sala de espera do dentista, sozinhos. Ela olha distraidamente uma revista que retirou da pequena mesa que está à sua frente enquanto Ele espreita com uma expressão aborrecida pela enorme janela; não falam desde que saíram do carro, onde discutiram uma vez mais.)
ELE (sem a olhar; tom agastado, revelando um indício de desespero): Mas que mais queres de mim? Que posso eu fazer? (Hesitando.) Explica-me.
(Ela continua a passar os olhos pelas páginas da revista, indiferente e alheada, como se não o tivesse escutado.)
ELA (algum tempo mais tarde; cedendo a um impulso súbito, incapaz de se conter): Podias fazer algumas das coisas de que falam nas revistas femininas. (Ele olha-a, um pouco surpreendido; depois, desvia o olhar para a revista que Ela segura nas mãos.) Podias ser um marido de revista feminina.
(Ele tenta decifrar o seu tom de voz, perceber se falou com ironia ou não; como é incapaz de o fazer, evita responder. Ela, talvez irritada com o seu silêncio, atira inesperadamente a revista que tem nas mãos para cima da mesa; depois, levanta-se e caminha um pouco pela sala, olhando de perto e com excessiva atenção os quadros que estão pendurados pelas paredes. Ele, sentindo-se ignorado, não resiste à provocação de pegar na revista que Ela estivera a folhear.)
ELE (num tom neutro, olhando sem grande curiosidade as páginas da revista): Mas como? Tu também não és propriamente uma mulher de revista feminina.
(Ela continua a olhar fixamente um quadro, em silêncio; mas é incapaz de conter um sorriso, fugaz e amargurado, contrariado; mas um sorriso.)
ELE (sem a olhar; tom agastado, revelando um indício de desespero): Mas que mais queres de mim? Que posso eu fazer? (Hesitando.) Explica-me.
(Ela continua a passar os olhos pelas páginas da revista, indiferente e alheada, como se não o tivesse escutado.)
ELA (algum tempo mais tarde; cedendo a um impulso súbito, incapaz de se conter): Podias fazer algumas das coisas de que falam nas revistas femininas. (Ele olha-a, um pouco surpreendido; depois, desvia o olhar para a revista que Ela segura nas mãos.) Podias ser um marido de revista feminina.
(Ele tenta decifrar o seu tom de voz, perceber se falou com ironia ou não; como é incapaz de o fazer, evita responder. Ela, talvez irritada com o seu silêncio, atira inesperadamente a revista que tem nas mãos para cima da mesa; depois, levanta-se e caminha um pouco pela sala, olhando de perto e com excessiva atenção os quadros que estão pendurados pelas paredes. Ele, sentindo-se ignorado, não resiste à provocação de pegar na revista que Ela estivera a folhear.)
ELE (num tom neutro, olhando sem grande curiosidade as páginas da revista): Mas como? Tu também não és propriamente uma mulher de revista feminina.
(Ela continua a olhar fixamente um quadro, em silêncio; mas é incapaz de conter um sorriso, fugaz e amargurado, contrariado; mas um sorriso.)