(Jantam os três em silêncio, olhando a televisão com apatia, desinteressados em reagir perante o que vêem, o que ouvem, o que sentem. Alguns minutos após todos terem arrumado os talheres, desistindo da refeição, a mulher levanta-se e recolhe os pratos ainda repletos de comida com gestos cansados, conformados; depois, afasta-se, levando consigo a louça.)
CRIANÇA (espreitando a porta, assegurando-se que a mãe não se aproxima; sussurrando, num tom ansioso, quase tenso): Há quanto tempo não dizes à mãe que gostas dela?
HOMEM (alguns segundos mais tarde, sem desviar o olhar da televisão; num tom áspero): Foi ela que te pediu para me perguntares isso?
(A criança não responde, surpreendida com a frieza da reacção, o antagonismo do pai; olha para a televisão com uma expressão triste e desconsolada, talvez com vontade de estar noutro lado qualquer. Pouco depois, a mulher regressa, com passos lentos e indiferentes; coloca uma taça de gelado em frente da criança, surpreendendo-se por ela não sorrir, não agradecer. Senta-se no seu lugar e olha para a televisão, expectante: como se aguardasse que ela lhe transmitisse uma instrução, uma explicação, uma solução; qualquer coisa.)
CRIANÇA (espreitando a porta, assegurando-se que a mãe não se aproxima; sussurrando, num tom ansioso, quase tenso): Há quanto tempo não dizes à mãe que gostas dela?
HOMEM (alguns segundos mais tarde, sem desviar o olhar da televisão; num tom áspero): Foi ela que te pediu para me perguntares isso?
(A criança não responde, surpreendida com a frieza da reacção, o antagonismo do pai; olha para a televisão com uma expressão triste e desconsolada, talvez com vontade de estar noutro lado qualquer. Pouco depois, a mulher regressa, com passos lentos e indiferentes; coloca uma taça de gelado em frente da criança, surpreendendo-se por ela não sorrir, não agradecer. Senta-se no seu lugar e olha para a televisão, expectante: como se aguardasse que ela lhe transmitisse uma instrução, uma explicação, uma solução; qualquer coisa.)