(Os dois homens estão sentados em cadeirões, na varanda; contemplam o horizonte com olhares algo melancólicos, especulativos, enquanto sopram as suas nuvens de fumo com vigor, tentando que não se cruzem. Ouvem-se vozes e risos distantes.)
HOMEM 1 (tentando aparentar indiferença): Há quanto tempo estão juntos?
HOMEM 2 (após uma hesitação, como se precisasse de contar): Uns onze meses, acho.
HOMEM 1 (tom displicente): Gosto dela. (Pausa breve.) Gostei logo, quando ma apresentaste na semana passada.
HOMEM 2 (sem ironia): Ainda bem.
(O Homem 1 pega num copo que está no chão, mesmo junto da sua cadeira; bebe um longo gole, volta a pousar o copo, arrota disfarçadamente.)
HOMEM 1 (tom desprendido, tentando aparentar indiferença): Quando te fartares, avisa.
(O Homem 2 sorri, sem gosto nem prazer; sopra o fumo do cigarro com vagar, olhando o céu.)
HOMEM 2 (num tom seco, agastado): Há onze meses que estou farto.
(Por momentos, os ecos de vozes cessam; depois, há uma inesperada explosão de gargalhadas. Os dois homens tentam manter-se indiferentes, contemplando o horizonte; mas quanto maior é a intensidade dos risos – a exteriorização da felicidade –, maior é o seu desagrado, maior é a tensão com que chupam os respectivos cigarros.)
HOMEM 1 (tentando aparentar indiferença): Há quanto tempo estão juntos?
HOMEM 2 (após uma hesitação, como se precisasse de contar): Uns onze meses, acho.
HOMEM 1 (tom displicente): Gosto dela. (Pausa breve.) Gostei logo, quando ma apresentaste na semana passada.
HOMEM 2 (sem ironia): Ainda bem.
(O Homem 1 pega num copo que está no chão, mesmo junto da sua cadeira; bebe um longo gole, volta a pousar o copo, arrota disfarçadamente.)
HOMEM 1 (tom desprendido, tentando aparentar indiferença): Quando te fartares, avisa.
(O Homem 2 sorri, sem gosto nem prazer; sopra o fumo do cigarro com vagar, olhando o céu.)
HOMEM 2 (num tom seco, agastado): Há onze meses que estou farto.
(Por momentos, os ecos de vozes cessam; depois, há uma inesperada explosão de gargalhadas. Os dois homens tentam manter-se indiferentes, contemplando o horizonte; mas quanto maior é a intensidade dos risos – a exteriorização da felicidade –, maior é o seu desagrado, maior é a tensão com que chupam os respectivos cigarros.)