(A Mulher está no sofá, apoiada sobre os joelhos, enquanto o Homem a penetra por trás, com gestos firmes e vigorosos, mecânicos. Os rostos de ambos revelam cansaço e aborrecimento, desinteresse pelo que fazem; pressa. Estão mais cinco pessoas na sala, duas delas apontando-lhes câmaras de filmar.)
HOMEM (aproximando-se do rosto dela, enquanto prossegue a actividade sexual; tom ligeiramente ofegante, muito baixo): Depois de despacharmos isto queres ir almoçar?
MULHER (num tom monocórdico, quase segredado): Não posso. Tenho que me despachar. (Ajeita ligeiramente o corpo, procurando uma posição menos desconfortável.) Tenho que ir falar com a professora da minha filha.
HOMEM (adaptando-se à nova posição da Mulher; ligeiramente surpreendido): Não sabia que tinhas uma filha.
MULHER (olhando fixamente a câmara que está mais próxima): Tenho duas.
HOMEM (parando por um momento e recomeçando logo depois; num tom melancólico, quase triste): Não sabia.
(Prosseguem sem grande entusiasmo, à espera que alguém ordene uma mudança de posição; ou um intervalo. Os homens das câmaras continuam a mover-se em redor do sofá, aborrecidos. De repente, ouve-se uma voz irritada a exigir mais realismo, mais empenho, mais banda sonora. O Homem suspira e aumenta o ritmo; a Mulher geme, de modo obsceno e teatral.)
HOMEM (aproximando-se do rosto dela, enquanto prossegue a actividade sexual; tom ligeiramente ofegante, muito baixo): Depois de despacharmos isto queres ir almoçar?
MULHER (num tom monocórdico, quase segredado): Não posso. Tenho que me despachar. (Ajeita ligeiramente o corpo, procurando uma posição menos desconfortável.) Tenho que ir falar com a professora da minha filha.
HOMEM (adaptando-se à nova posição da Mulher; ligeiramente surpreendido): Não sabia que tinhas uma filha.
MULHER (olhando fixamente a câmara que está mais próxima): Tenho duas.
HOMEM (parando por um momento e recomeçando logo depois; num tom melancólico, quase triste): Não sabia.
(Prosseguem sem grande entusiasmo, à espera que alguém ordene uma mudança de posição; ou um intervalo. Os homens das câmaras continuam a mover-se em redor do sofá, aborrecidos. De repente, ouve-se uma voz irritada a exigir mais realismo, mais empenho, mais banda sonora. O Homem suspira e aumenta o ritmo; a Mulher geme, de modo obsceno e teatral.)