(Sorriem à cliente, que não corresponde; ainda assim, mantém os sorrisos até que ela saia. Quando ficam sós, os sorrisos desaparecem de imediato. Permanecem por trás do balcão, imóveis e apáticas, olhando em frente, talvez a escutar a música dançável que sussurra por toda a loja, minimal e repetitiva.)
EMPREGADA MAIS NOVA (num tom quase bem-disposto): Nunca te cansas de sorrir?
EMPREGADA MAIS VELHA (num tom agastado, encolhendo os ombros; sem olhar a colega): O meu marido queixa-se que em casa nunca sorrio.
EMPREGADA MAIS NOVA (tom compreensivo): Gastas os sorrisos todos no trabalho, não é? (E sorri; logo depois, suprime o sorriso.)
(Mantém-se em silêncio, olhando para a porta; talvez não entre mais ninguém, talvez apenas volte a haver necessidade de sorrisos amanhã.)
EMPREGADA MAIS NOVA (num tom quase bem-disposto): Nunca te cansas de sorrir?
EMPREGADA MAIS VELHA (num tom agastado, encolhendo os ombros; sem olhar a colega): O meu marido queixa-se que em casa nunca sorrio.
EMPREGADA MAIS NOVA (tom compreensivo): Gastas os sorrisos todos no trabalho, não é? (E sorri; logo depois, suprime o sorriso.)
(Mantém-se em silêncio, olhando para a porta; talvez não entre mais ninguém, talvez apenas volte a haver necessidade de sorrisos amanhã.)