(Os dois adolescentes estão no quarto, apenas iluminados pela luz do monitor de um computador; um escreve freneticamente no teclado, o outro no telemóvel; como se competissem numa prova de velocidade ou de agilidade. Ouve-se o ruído longínquo de uma televisão, vindo de outra sala.)
ADOLESCENTE 1 (sem interromper a escrita; num tom indiferente, como se estivesse a verbalizar um pensamento fugaz e pouco relevante): Porque fica a mãe a ver televisão até tão tarde, todos os dias?
ADOLESCENTE 2 (sorrindo, sem maldade ou ironia): Está à espera que o pai adormeça. Para não ter que fazer sexo.
(O teclar prossegue, monótono e entediante, envolvido pelo rugido da publicidade televisiva.)
ADOLESCENTE 1 (sem interromper a escrita; num tom indiferente, como se estivesse a verbalizar um pensamento fugaz e pouco relevante): Porque fica a mãe a ver televisão até tão tarde, todos os dias?
ADOLESCENTE 2 (sorrindo, sem maldade ou ironia): Está à espera que o pai adormeça. Para não ter que fazer sexo.
(O teclar prossegue, monótono e entediante, envolvido pelo rugido da publicidade televisiva.)