Não tenho para onde ir: não sei se por o mundo ser demasiado grande, se demasiado pequeno. Deixo-me conduzir pelo cavalo, o que não será muito diferente de me deixar conduzir pelo destino; ou por um qualquer desejo, objectivo, medo. Em qualquer dos casos, estarei a ser conduzido. Empurrado.
Mas talvez nada exista para além das fronteiras deste deserto; que diferença faz se o mundo for, afinal, tão vasto como dizem? Nunca percorrerei essa vastidão; do mesmo modo que nunca percorrerei o tempo, enclausurado neste momento sem passado nem futuro. Prefiro, então, acreditar que o mundo é isto: esta solidão e este momento, este silêncio, este céu e estes arbustos, este cheiro; e, também, estes fantasmas de árvores há muito esquecidas. Nada mais que isto.
E, assim, não tenho para onde fugir.
Mas talvez nada exista para além das fronteiras deste deserto; que diferença faz se o mundo for, afinal, tão vasto como dizem? Nunca percorrerei essa vastidão; do mesmo modo que nunca percorrerei o tempo, enclausurado neste momento sem passado nem futuro. Prefiro, então, acreditar que o mundo é isto: esta solidão e este momento, este silêncio, este céu e estes arbustos, este cheiro; e, também, estes fantasmas de árvores há muito esquecidas. Nada mais que isto.
E, assim, não tenho para onde fugir.