O eco dos tiros acabou de se dissipar no deserto quando o cavalo, finalmente, ergue a cabeça e começa a caminhar na minha direcção; fico a aguardar, sem impaciência nem pressa, apreciando a sua elegância. Depois, ergo-me e subo para o seu dorso, cobrindo o seu pêlo com o meu sangue; aguarda com paciência o meu sinal, perfeitamente imóvel, silencioso; solidário. Por fim, avança. Avançamos: pelo deserto, entre árvores imaginadas.
Há uma palavra que, recorrentemente, volta a preencher-me os pensamentos, parasitando-os; e vou pensando nela, obsessivamente, enquanto perco sangue, gota após gota: arrependimento. Por vezes, espreito por cima do ombro e vejo como o meu sangue se tem espalhado pelo deserto; reparo, com surpresa – e também com orgulho, talvez –, como é vermelho e brilhante, vívido. Depois, volto a olhar em frente: avançando, passo após passo. E pensando, por vezes, em arrependimento.
Há uma palavra que, recorrentemente, volta a preencher-me os pensamentos, parasitando-os; e vou pensando nela, obsessivamente, enquanto perco sangue, gota após gota: arrependimento. Por vezes, espreito por cima do ombro e vejo como o meu sangue se tem espalhado pelo deserto; reparo, com surpresa – e também com orgulho, talvez –, como é vermelho e brilhante, vívido. Depois, volto a olhar em frente: avançando, passo após passo. E pensando, por vezes, em arrependimento.