O sol queima. E a imensidão do deserto, o permanente zumbido feito de silêncio que as suas entranhas libertam, começa a oprimir-me um pouco. Por um momento, desejo companhia; alguém que ouça e reaja; ou que ouça, apenas. (Mas que diria eu, afinal? Que tenho para dizer?)
Penso, de novo (inesperadamente), em árvores; uma floresta, aqui: terá mesmo existido, voltará a existir? Talvez seja esse o fascínio dos desertos: surpreender no âmago da sua desolação e imutabilidade, uma fugaz memória de um passado diferente, um momentâneo indício de um futuro alternativo; possibilidades de mudança.
Avançamos, passo após passo, juntos, partilhando o silêncio, o cansaço. Tento esquecer as árvores e recordo histórias, que por vezes se ouvem, sobre um ou outro cavaleiro solitário que deambula pelo deserto, afastado do mundo, tentando perder-se ou tentando encontrar-se, e é atingido por um raio, caindo fulminado ao chão, envolto numa nuvem de fumo; diz-se que os cavalos sobrevivem sempre; e regressam aos locais de partida, sozinhos.
Vou pensando nisto, não sei porquê. E é quando, por fim, algo acontece.
Penso, de novo (inesperadamente), em árvores; uma floresta, aqui: terá mesmo existido, voltará a existir? Talvez seja esse o fascínio dos desertos: surpreender no âmago da sua desolação e imutabilidade, uma fugaz memória de um passado diferente, um momentâneo indício de um futuro alternativo; possibilidades de mudança.
Avançamos, passo após passo, juntos, partilhando o silêncio, o cansaço. Tento esquecer as árvores e recordo histórias, que por vezes se ouvem, sobre um ou outro cavaleiro solitário que deambula pelo deserto, afastado do mundo, tentando perder-se ou tentando encontrar-se, e é atingido por um raio, caindo fulminado ao chão, envolto numa nuvem de fumo; diz-se que os cavalos sobrevivem sempre; e regressam aos locais de partida, sozinhos.
Vou pensando nisto, não sei porquê. E é quando, por fim, algo acontece.